Como filme não entrará na categoria de língua estrangeira, estratégia é focar em Miranda Otto e Gloria Pires
Falado quase totalmente em inglês, "Flores Raras" , de Bruno Barreto, não poderá ser o candidato brasileiro ao Oscar de filme de língua estrangeira. Mas o diretor tem outra estratégia em mente: batalhar por indicações para as duas protagonistas - a australiana Miranda Otto e a brasileira Gloria Pires .
A seu favor, considera, estão as fortes atuações das duas, a constante falta de bons papéis femininos em Hollywood e a forte discussão sobre direitos homossexuais no Brasil e no mundo, que aumenta a relevância do filme sobre o romance entre a poeta Elizabeth Bishop e a empresária Lota de Macedo Soares.
"Não é por acaso que a (homossexual assumida) Ellen DeGeneres foi chamada para apresentar o Oscar deste ano ", avaliou Barreto, em entrevista ao iG . "Temos chances de ganhar alguma coisa pelo tema, pela qualidade do filme e sobretudo pelas interpretações. A maior dificuldade do Oscar é achar cinco grandes papéis femininos - e este filme tem dois."
Miranda Otto, Bruno Barreto e Gloria Pires: a equipe de 'Flores Raras'
Barreto acredita que "Flores Raras" tem o perfil de "O Beijo da Mulher-Aranha", lançado por Hector Babenco em 1985: um longa filmado no Brasil, falado em inglês, que aborda o homossexualismo e é lançado num momento em que o debate está especialmente forte. Indicado a quatro categorias, o filme deu o Oscar de ator para William Hurt.
"'O Beijo da Mulher-Aranha' foi lançado no ano que (o ator) Rock Hudson morreu de aids. Há uma simetria entre os dois filmes", comparou. "O sucesso de um filme nao é só a qualidade dele, mas também o momento. Talvez 'Dona Flor e Seus Dois Maridos' não tivesse feito o mesmo sucesso se não tivesse sido lançado no auge da repressão."
Fonte:Ultimo Segundo - Cinema
Nenhum comentário:
Postar um comentário