Filme foi apresentado durante Encontro de Cinema Nacional, na capital.Longa é inspirado na história da poeta Elizabeth Bishop e a arquiteta Lota.
Em 1951, no Central Park, em Nova York, a poeta Elisabeth Bishop
ouvia uma crítica a sua poesia. É então que decide visitar uma amiga no
Rio de Janeiro. Porém, o que Mary, a afitriã, não imaginava, era que
recebê-la em sua casa mudaria a vida das duas. É nesse contexto, de
mudanças, que se desenvolve o filme ‘Flores Raras’, baseado em fatos
reais e apresentado pela primeira vez à imprensa na sexta-feira (8)
durante o 4º encontro do Cinema Nacional, em Florianópolis.
Dirigido por Bruno Barreto e estrelado por Gloria Pires, o longa é ambientado entre 1951 e 1967 e narra a conturbada relação entre a poeta Elisabeth Bishop, interpretada pela australiana Miranda Otto, e a arquiteta Lota de Macedo Soares, vivida por Gloria. Elisabeth é americana e vem para o Rio de Janeiro a convite de Mary (Tracy Middendorf ), então companheira de Lota. Porém, ao se encontrarem, as duas se apaixonam e iniciam um triângulo amoroso que incluiu a recusa de Mary em se afastar, mesmo após a traição.
Após alguns anos de convivência, em um período conturbado da história
brasileira, que incluiu o Golpe Militar, a relação começa a ser abalada
quando Lota aceita trabalhar na construção do Aterro do Flamengo,
no Rio de Janeiro. Enquanto ela passava os dias debruçada sobre o
projeto, Bishop retomou o consumo do álcool, o que piorou a relação entre as duas.
Segundo Barreto, alguns anos foram necessários para que o filme saísse do papel. Lucy, que chegou a conhecer Lota e Bishop, leu o livro e comprou os direitos sobre ele em 1995. Embora tenha oferecido ao filho, inicialmente Barreto não
achou interessante e sequer leu a história. Depois, em 2008, ao ouvir
falar novamente da narrativa, buscou saber mais e iniciou uma análise. “Não
bastava apenas ser interessante. Precisava entender: para que contar
aquela história? Por quê? Na mesma época, terminava um casamento de 15
anos e então percebi que o que era mais importante na história era a
perda, por isso inicialmente o filme iria se chamar ‘A arte da perda’,
porque é essa a essência”, conta ele. Sua mãe, Lucy, e sua irmã, Paula, são produtoras do filme.
Para Gloria, o tempo que demorou para ser produzido foi um tempo de amadurecimento. “O filme esperou 17 anos para acontecer e sinto que neste tempo todo foram sets em que você sai ganhando”, comentou.
Gloria Pires já havia interpretado um papel com traços
masculinos em ‘Se eu Fosse Você’ e disse não ter tido dificuldades para
viver a arquiteta. “Eu sempre busco novas oportunidades e este é um
papel ousado, diferente. Ela era uma mulher de muita personalidade. O
mais interessante foi perceber, ao longo da história, é que a que era
frágil tornou-se forte e a que parecia ser forte, na verdade, era
frágil”, comentou a atriz, que não descarta a possibilidade de
atuações em filmes estrangeiros, após a experiência de Flores Raras,
filmado em inglês. "Por que não?", sugeriu.
A fotografia do filme também rendeu comentários durante a coletiva de
imprensa. A casa escolhida para as filmagens não foi a original, pois
não foi possível gravar no local, mas uma propriedade projetada por
Oscar Niemayer e com os jardins de Bourle Marx. A produção é da mãe e da irmã do diretor, Lucy e Paula Barreto, e a coletiva de imprensa em família incluiu brincadeiras e descontração.
Além disso, diretor e produtora concordam que não se trata de um filme homossexual. “Para
falar da perda, podia ser homem ou mulher. O fato de serem homossexuais
não é o mais importante. Não posso ser indiferente neste sentido, mas o
mais importante era como lidaram com a perda em suas vidas”, disse Barreto.
A estreia de ‘Flores Raras’ nos cinemas está prevista para a segunda quinzena de maio.
Fonte:
Gloria Pires sobre "Flores Raras": "Este foi o meu papel mais ousado"
Nesta sexta-feira (8), o cineasta Bruno Barreto, a diretora Lucy Barreto e a atriz Gloria Pires apresentaram o longa "Flores Raras", em exibição no 4º Festival de Cinema Nacional, que acontece em Florianópolis.
No longa baseado em história real, Gloria interpreta Lota, arquiteta brasileira por quem a poeta americana Elisabeth Bishop se apaixonou durante os anos 1950. "Este foi o papel mais ousado da minha carreira", falou a artista em entrevista.
Contracenando com as atrizes americanas Miranda Otto, que interpreta a artista estrangeira, e Tracy Middendorf, Gloria Pires teve que atuar quase totalmente em inglês. "Foi muito difícil, mas eu gostei do resultado", falou a brasileira. "Achei muito honesto".
Para ajudá-la com a pronúncia, uma professora do idioma a ajudava a
treinar as fotos todos os dias no set, enquanto ela estava se maquiava
ou se vestia para uma cena. Mesmo com este cuidado, algumas falas
tiveram que ser dubladas depois, em estúdio. "Mas foram bem poucas", disseram Lucy e Bruno Barreto.
"Este foi o papel mais ousado de minha carreira", disse a atriz,
que sempre interpretou, na TV e no cinema, personagens mais
convencionais. Quando perguntada se achava que o público estava
preparado para vê-la neste papel, a artista respondeu: "Talvez não
esteja preparado. Mas acho muito bom que isso aconteça. Conforme o tempo
vai passando e você vai consolidando sua carreira, a tendência é que te
chamem para as mesma coisas".
Após deixar claro que pode interpretar também em inglês, Gloria Pires se
mostrou aberta para alguns trabalhos internacionais, apesar de ainda
não ter sido sondada. "Se forem boas propostas, por que não?", disse.
Fonte:
Flores Raras, com Gloria Pires, é selecionado para Festival Tribeca
O filme Flores Raras, de Bruno Barreto, foi selecionado
para o Festival Tribeca, que acontece em Nova York entre 17 e 28 de
abril, um dos mais importantes dos EUA, criado pelo ator Robert DeNiro.
Flores Raras conta a história real do romance entre a arquiteta brasileira Lota de Macedo Soares, vivida por Gloria Pires, e a poeta estadunidense Elisabeth Bishop, interpretada por Miranda Otto, durante os anos 1950 e 1960.
Fonte: CineBR e Memorial Gloria Pires
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